CPT alerta que uso de pivôs de irrigação está secando nascentes em Goiás

Levantamento de áreas irrigadas por pivôs centrais em Goiás identificou 2.437 desses sistemas

Escrito por: Maisa Lima, assessora de Comunicação da CUT Goiás

Levantamento de áreas irrigadas por pivôs centrais em Goiás identificou 2.437 desses sistemas, ocupando uma área irrigada de 187.037 hectares (ha) em todo o Estado. Em alguns municípios, como Silvânia, a 87 quilômetros de Goiânia, isso se tornou um problema ambiental: as nascentes estão secando.

A denúncia é de Saulo Reis, da Coordenação Estadual da Comissão Pastoral da Terra (CPT). “Existe uma tendência de aumento das áreas irrigadas no Estado. Apesar do benefício potencial da irrigação para a produção agrícola é fundamental preservar nascentes e áreas de preservação permanente. Produção agroecológica só existe com respeito à natureza”, pontua.

Outro problema observado pela CPT é que os jovens do campo estão migrando para a cidade. Não é de se admirar se formos considerar elementos básicos como educação e renda. Em 2010, por exemplo, apenas 26,51% da população rural com 18 anos ou mais tinha concluído o ensino fundamental completo.

Matéria recente da revista Carta Capital mostra que “os baixos indicadores educacionais no campo, entre outras implicações, afetam a capacidade da população rural de gerar renda a partir de seu próprio trabalho, seja em atividades agropecuárias, seja em atividades não agrícolas ligadas à indústria ou ao setor de comércio e serviços.

Por fim, Saulo lembrou que a agricultura familiar tem um peso importante para a economia brasileira. O próprio governo federal, embora esteja acabando com as políticas públicas para o setor, inclusive sem assentar novas famílias ou oferecer assistência técnica, reconhece que os agricultores familiares brasileiros estão em 8º lugar na produção de alimentos no mundo.

Antena Ligada
Além de Saulo Reis, o programa Antena Ligada (www.radiotrabalhador.com.br) desta segunda-feira (18) entrevistou o sindicalista Ricardo Manzi, que falou sobre a situação dos trabalhadores da saúde. “No Estado, as perdas acumuladas variam de 48% a 100%”, denunciou.

Ricardo abordou também a tentativa do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), de fazer alterações no Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Goiânia (IPSM) sem sequer ouvir os servidores. Mobilizadas, as categorias conseguiram, até agora, barrar o projeto na Câmara Municipal.


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