Populações tradicionais e organizações da bacia do rio São Francisco comemoram o dia do Velho Chico com protestos e mobilizações contra instalações de Usinas hidrelétricas e nucleares no rio
As mobilizações devem acontecer em mais de 10 cidades da bacia do São Francisco
Populações tradicionais, ambientalistas e ativistas da região da bacia do rio São Francisco comemoram a data de 4 de outubro, dia do rio São Francisco, com muitas mobilizações e ações que têm o objetivo de celebrar a data, mas também de alertar para os perigos que ameaçam a permanência de um dos rios mais queridos e mais importantes do Brasil.
As mobilizações são iniciativas de dois coletivos de ativistas que têm o rio São Francisco como pauta, o Velho Chico Vive e a Articulação Popular São Francisco Vivo, e estão sendo pensadas para terem início no dia 1 de outubro e seguirem até o dia 5 de outubro, com ações nas redes sociais, mas também com atividades presenciais em mais de dez cidades espalhadas pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Alagoas e Sergipe.
As atividades presenciais acontecerão de maneira cautelosa, para evitar aglomerações que coloquem a vida dos participantes em risco. Mas o espírito de alerta e visibilidade para os perigos que o rio São Francisco e as suas populações tradicionais correm, será mantido.
As mobilizações estão sendo motivadas pelas recentes ameaças de implantação da Usina Hidrelétrica (UHE) do Formoso em Pirapora (MG) e as movimentações para a instalação de uma Usina Nuclear em Itacuruba (PE), ambas na bacia do rio São Francisco. Populações tradicionais que vivem nas barrancas do Velho Chico e ambientalistas e ativistas estão apreensivos e reivindicam a não instalação dos empreendimentos. Uma terceira ameaça que entra na pauta de reivindicações e que afeta diretamente os povos e comunidades tradicionais da região é a Instrução Normativa 67, emitida pelo Ministério da Economia, e que muda o processo de regularização das Terras Públicas da União. “O nosso objetivo é chamar a atenção da opinião pública, mobilizar as vontades populares organizadas, para acionar as autoridades competentes, MPF, os órgãos estaduais, o judiciário, para que esses novos empreendimentos não sejam efetivados e não agridam mais a vida que já vai por um fio em toda a bacia do São Francisco”, explica um dos coordenadores da Articulação São Francisco Vivo, o sociólogo e coordenador da Comissão Pastoral da Terra Nacional, Ruben Siqueira.