‘Ocupa Vila Autódromo’: atividades marcam a luta da comunidade por direitos e contra a remoção

Fotos de Leon Diniz

Fotos de Leon Diniz

No último sábado, 9 de fevereiro, uma série de atividades realizadas na estação de BRT do Parque Olímpico lembrou o histórico de resistência da Vila Autódromo. As intervenções culturais também tiveram o objetivo de cobrar que os direitos dos moradores sejam respeitados e o acordo com a Prefeitura seja totalmente cumprido. Até hoje não foi concluído o projeto de urbanização prometido. E os moradores, que se mudaram para o Parque Olímpico, estão acumulando dívidas que deveriam ser pagas pela Prefeitura. No dia da atividade, a comunidade estava sem luz, situação que, segundo os moradores, se estendia desde quarta-feira.

Ao final do dia, foi lançado o livro “Viva a Vila Autódromo: o Plano Popular e a luta contra a remoção”. Os artigos nele reunidos abordam o processo de construção coletiva do plano popular, feito pelos moradores com o apoio de professores e pesquisadores da UFRJ e da UFF. O objetivo era apresentar uma alternativa ao projeto de remoção apresentado pela Prefeitura, mostrando que a comunidade não precisava ser removida e merecia passar por melhorias. “Foi um projeto feito por nós, segundo nossos desejos e direitos. Foi um projeto não só da Vila Autódromo, mas pelo direito pleno à cidade”, lembrou Inalva Mendes. “A gente não pode deixar os políticos imporem suas vontades, porque quem sabe o que é melhor para a gente somos nós”, completou Jane Nascimento. Por fim, Maria da Penha comparou a luta da Vila Autódromo a uma colcha de retalhos, devido aos muitos apoios e manifestações de solidariedade que os moradores receberam.

A professora Regina Bienenstein, do PPGAU/UFF, ressaltou que o Plano Popular cumpre a função social da universidade pública. E o professor Carlos Vainer, do Ippur/UFRJ, destacou a importância de publicações que tragam não as narrativas dos vencedores, mas sim daqueles que resistem às imposições do poder.


O livro “Viva a Vila Autódromo: o plano popular e a luta contra a remoção” custa R$ 50,00 e em breve estará à venda no Espaço Gramsci: Rua Alcindo Guanabara, 17, térreo, Cinelândia.


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