Cinquenta e três petroleiros estão com Codiv-19: Sindipetro/ES exige medidas de proteção à saúde dos trabalhadores

Cinquenta e três trabalhadores do FPSO capixaba, afretado para a Petrobras pela empresa SBM, atestaram positivo para Codiv-19. Segundo o diretor do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro/ES), Wallace Ouverney, não se sabe onde ocorreu a contaminação. O FPSO fica na Bacia de Campos, mas na parte marítima, pertencente ao Espírito Santo, o que explica o fato dos trabalhadores infectados terem sido encaminhados para um hotel da Grande Vitória. Dos 53 contaminados, 29 se encontram de quarentena nesse estabelecimento. O restante irá para o mesmo local esta semana.

De acordo com Wallace Ouverney, por serem de uma empresa afretada os 53 trabalhadores não são representados pelo Sindipetro/ES. Contudo, o sindicato está reivindicando participação na Força Tarefa Codiv-19, criada pela Petrobras para discutir sobre as precauções necessárias em meio à pandemia. Ele afirma que em nenhum momento a estatal dialogou com o sindicato no sentido de garantir a representação dos trabalhadores na Força Tarefa. “As questões que dizem respeito à saúde dos trabalhadores devem ser debatidas entre empresa e sindicato. Nós nos preocupamos com a saúde das pessoas. Queremos que a Petrobras também se preocupe”, diz Wallace.

De acordo com Wallace, a participação de representantes dos trabalhadores na Força Tarefa é importante para discutir as medidas a serem tomadas diante da contaminação dos 53 trabalhadores e, também, em relação à prevenção. Para ele, apesar dos infectados não serem representados pelo Sindipetro/ES, por uma questão de humanidade é preciso garantir a implementação de ações com foco nesses trabalhadores.

Além disso, de acordo com Wallace, são necessárias medidas para que outros trabalhadores, sejam eles representados pelo Sindipetro/ES ou não, não sejam infectados. Assim, segundo o diretor do sindicato, evita-se que os casos de Codiv-19 aumentem no Espírito Santo, já que os trabalhadores podem contaminar pessoas de fora do seu ambiente de trabalho.

Wallace conta também que o Sindipetro/ES tem cobrado da Petrobras medidas de proteção para todos trabalhadores, inclusive os que não são representados pelo sindicato. De acordo com ele, muitos trabalhadores não têm acesso a equipamentos de proteção. As demissões também têm aumento em meio à pandemia do coronavírus. “A Cozivip, empresa responsável pela alimentação nas plataformas do Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro, em vez de afastar do trabalho as pessoas do grupo de risco está demitindo idosos, diabéticos, hipertensos, etc”, diz Wallace.


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