Nesta terça (2) será entregue o 1˚ Prêmio Dom Tomás Balduino de Direitos Humanos

Publicado na CUT – Goiás

Entrega dos troféus do 1˚ Prêmio Dom Tomás Balduino de Direitos Humanos para imprensa e homenagens a defensores históricosmarcam aniversário do Comitê

Nesta terça (2) será entregue o 1˚ Prêmio Dom Tomás Balduino de Direitos Humanos

Nesta terça-feira (2), às 19 horas, no Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro, o Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino vai comemorar três anos de existência, completados no último dia 16 de junho. A comemoração será marcada pela entrega dos troféus do 1˚ Prêmio Dom Tomás Balduino de Direitos Humanos para a imprensa e homenagens a três defensores e defensoras históricos de direitos humanos de Goiás: Maria Delma da Costa, Pedro Wilson Guimarães e Frei Marcos Sassatelli.

O Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino, Sindicato de Jornalistas de Goiás, Faculdade de Informação e Comunicação (FIC – UFG) e o Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Direitos Humanos da Universidade Federal de Goiás (UFG) lançaram o 1˚ Prêmio Dom Tomás Balduino de Direitos Humanos com a finalidade reconhecer e premiar jornalistas, repórteres, fotógrafos, artistas do traço e estudantes universitários de Goiás, em sete categorias diferentes, que publicaram trabalhos ligados à temática dos direitos humanos ao longo de 2018 nos veículos estaduais de comunicação.

A iniciativa reverencia a memória de Dom Tomás Balduino, bispo dominicano morto em 2 de maio de 2014, incansável defensor dos direitos humanos, dos direitos indígenas, dos trabalhadores sem terra, comunidades tradicionais, e da justiça social. “A comunicação tem um papel fundamental na construção de uma cultura de direitos humanos na sociedade para que cada pessoa possa ser respeitada e tenha dignidade na busca de sua própria felicidade; e para que sejam combatidas todas as formas de preconceito e violações. É preciso desmanchar a visão de que direitos humanos apenas se relacionam com as questões da criminalidade e da segurança pública. Defender direitos humanos também significa defender o direito à saúde e à educação de qualidade. É algo muito mais amplo e a imprensa tem um papel fundamental e ético na garantia do acesso da população à informação de qualidade para avançar em sua educação e preservar sua humanidade”, afirmam os integrantes da comissão organizadora formada pelas quatro instituições.

Serão premiados trabalhos jornalísticos em sete categorias: texto, áudio, vídeo, web, fotografia, arte (charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos) e livro-reportagem.

Conheça o Jurí


O jurí é formado pelos jornalistas Armando Araújo e Claudio Curado, geógrafa Daisy Caetano e pelo procurador da República Wilson Rocha.

Armando Araújo
Bacharel em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal de Goiás – UFG (1981); Especialista em Teoria da Comunicação pelo Instituto Internacional de Periodismo José Marti – Havana, Cuba (1987). Vencedor do 8º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos (Radiojornalismo), em 1986. Desde 1980 desenvolve trabalhos nas áreas de reportagem no jornalismo impresso e rádio, produção em rádio e TV, assessoria de imprensa e consultoria em comunicação. Ex-Professor substituto das disciplinas de Radiojornalismo, Comunicação Comunitária e Projeto Experimental no Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Goiás UFG.

Claudio Curado
Jornalista graduado pels UFG. Ex-repórter de politica do Jornal O Popular. Ex-diretor de Jornalismo da TBC e ex-diretor de Jornalismo da Rádio Difusora. Comentarista de política na Rádio Sagres 730. 1˚ Tesoureiro do Sindicato de Jornalistas de Goiás. Diretor da CCN Comunicação Estratégica.

Daisy Caetano
Compõe a Coordenação do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino. Técnica em assuntos educacionais no IFG. Geógrafa (UEG/UFG), mestra em Geografia (UFCAT) e estudante de Doutorado em Sociologia (UFG).

Wilson Rocha
Graduado em Direito pela UFG, especialista e mestre em História pela UFG. Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Sevilha/Espanha. Ex-Promotor de Justiça. Atualmente, Procurador da República.

Homenageados

O 1˚ Prêmio Dom Tomás Balduino de Direitos Humanos também prestará homenagem a defensoras e defensores goianos que possuem uma trajetória de vida de dedicação à promoção dos direitos humanos:

Maria Delma Costa
Maria Delma Costa, à frente do Centro Cultural Cara Video, iniciou sua trajetória em defesa dos direitos humanos na área da educação popular. Ainda adolescente, se dispôs a alfabetizar as crianças que moravam nas proximidades da fazenda para onde sua família se mudou, montando uma escola improvisada, com quadro feito de latas, em uma espécie de paiol. Posteriormente, Delma se graduou em Mineração no IFG. Foi como vereadora em Nerópolis que sua fama como liderança comunitária cresceu na região, atuando junto com a comunidade de Vila Rica, para garantir a construção de uma igreja diante da contestação de autoridades sobre o uso de um terreno. Delma foi a primeira mulher a assumir a Câmara de Vereadores de Nerópolis e a ser sua presidenta, por duas vezes, sempre em consonância com as causas populares e lutas por direitos humanos. Em seguida, abriu mão de uma candidatura e passou a se dedicar intensamente à Cara Vídeo e seus inúmeros projetos, ao lado de Padre Sérgio Bernadoni. Hoje, o Centro Cultural Cara Vídeo abriga muitos dos movimentos populares que não teriam sua sede ou onde se reunir, não fora o acolhimento a partir da solidariedade e compromisso político de Delma.

Pedro Wilson Guimarães
Pedro Wilson Guimarães, 77 anos, é o cidadão goiano mais identificado com as lutas pelos Direitos Humanos. É formado em Direito e Ciências Sociais e passou a maior parte de sua vida como professor – profissão pela qual fez questão de se aposentar, mesmo já tendo sido vereador, Prefeito de Goiânia e, por três vezes, eleito deputado federal por Goiás, pelo PT, partido que ajudou a fundar e ao qual sempre foi filiado. Na política, Pedro chegou à presidência da Comissão Nacional dos Direitos Humanos e, no magistério, a Reitor da Universidade Católica de Goiás. Nos tempos duros da Ditadura Militar, atuou nas lutas estudantís pela redemocratização do País; pela anistia e por eleições livres; no movimento das Diretas Já e por uma nova Constituição; um lutador permanente dos movimentos sociais e populares dos direitos humanos; de fé e política; de defesa do meio ambiente e especialmente do Cerrado; e está sempre presente nas atividades dos partidos políticos de esquerda comprometidos com a construção de uma nova sociedade mais justa e igualitária.

Frei Marcos Sassatelli
Frei Marcos, 80 anos, nasceu em 8 de maio de 1939 no povoado de Massa, município de Toano (Itália). É doutor em Filosofia pela USP e professor aposentado pela UFG. É padre dominicano exercendo há 53 anos o magistério do sacerdócio. Entrou para a Ordem em 1951 então com 12 anos. Ordenou-se no dia 9 de julho de 1966 na Basílica de São Domenico, em Bolonha, Itália. Sua primeira missa foi celebrada na Paróquia São Miguel Arcanjo de Massa, cidade onde frei Marcos nasceu. Em novembro de 1967 escolhe a América Latina para viver por toda a vida, partindo de seu país com destino à cidade de São Paulo. Lá ficou até 1969, depois vindo para Goiânia. Aqui realizou junto com o arcebispo D. Fernando um belo trabalho pastoral. Em 1974 criou a Paróquia Cristo Ressuscitado na Comunidade do Parque Amazônia. Ali ficou durante 14 anos. Trabalhou em Belo Horizonte na Paróquia de Aarão Reis. Retornando a Goiânia assumiu o trabalho pastoral no Parque Anhanguera e logo depois o Vicariato Oeste da Arquidiocese de Goiânia, concomitantemente à Paróquia do Jardim Curitiba, onde está até hoje. Mas um trabalho que marcaria para sempre sua vida foi o conflito e despejo forçado do Parque Oeste Industrial onde Frei Marcos atuou para garantir o respeito aos direitos humanos, enfrentando a violência policial que deixou dois jovens mortos, um paraplégico e mais de 14 feridos. Frei Marcos sempre defendeu a vida dos mais pobres. Esse compromisso social está na raiz de sua fé e de sua prática.

Troféu

O troféu símbolo do Prêmio foi criado pelo artista plástico Oscar Fortunato.

A Comissão Organizadora é formada pela diretora da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG, Angelita Ferreira; integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Direitos Humanos da UFG, Michele Franco; Claudia Nunes, integrante da coordenação executiva do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino; e Claudio Curado, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Goiás.


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