Mãe de Marielle e ativista de direitos humanos denunciam genocídio do povo negro
A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil
O jornalista Luis Nassif elencou nesta terça-feira (21), possibilidades para a elucidação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018. Para Nassif, no caso de Marielle a intenção foi reagir contra a intervenção militar no Rio de Janeiro. A vereadora era relatora da comissão instalada na Câmara Municipal carioca justamente para fiscalizar a intervenção militar.
Os matadores Ronnie Lessa e Elcio Vieira de Queiroz estão presos, mas acredita-se que o crime tenha ligações com políticos e milicianos que ainda não foram elucidadas. Como se vê, falta esclarecer as razões do assassinato da vereadora.
A mãe de Marielle, a advogada Marinete da Silva, e a coordenadora da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e do Movimento Moleque, Mônica Cunha, estão em Goiânia (GO) para denunciar a violência que tem vitimado os negros no Brasil.
Legado
Ao mesmo tempo em que mantém vivo o legado da filha na luta pelos direitos humanos – Marielle virou um símbolo de resistência dentro e fora do Brasil – Marinete aponta para o verdadeiro genocídio do povo negro que vem acontecendo no País.
A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. A possibilidade de jovens negros serem assassinados é 2,88 vezes maior do que a de jovens brancos, segundo a 5ª edição do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), divulgada no ano passado, sendo a arma de fogo o principal meio utilizado nos crimes.
“A educação pública colocou muitos gestores negros no poder e isso incomodou os racistas. O Estado brasileiro é racista. Nós queremos que parem de nos matar. Nosso lugar é nas universidades públicas e não nos presídios”, pontuou Mônica Cunha.
Mônica e Marinete participarão de uma Roda de Conversa nesta quarta-feira (22), às 17 horas, na sede do Movimento Negro Unificado (MNU), em Goiânia, situado à Rua 84, nº 741, Setor Sul. Com elas estarão a coordenadora nacional do MNU, Iêda Leal – que também é vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores no Estado de Goiás (CUT Goiás) e e secretária de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE); e Roseane Ramos, secretária de Igualdade Racial da Central e coordenadora da Escola Ubuntu do MNU/Crenlego.
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