Jari Celulose faz demissão em massa e funcionários bloqueiam estrada
Empresa, após mandar pessoal embora, estaria propalando a dispensa de mais 220 trabalhadores.
Douglas Lima
Da Redação
A Jari Celulose demitiu em torno de 180 funcionários diretos, devendo o salário de junho e, em seguida, teria ajuizado Recuperação Judicial. A dispensa em massa ocorreu em 26 de junho passado. Além disso, há quatro meses os funcionários das empresas que prestam serviços à Jari Florestal também estão sem receber os seus salários. Revoltados, funcionários demitidos, familiares e pessoas que se sensibilizam com a situação estão desde às 5 horas da manhã desta terça-feira (09) bloqueando a estrada que liga o distrito de Monte Dourado à sede do município de Almeirim.
Todo esse cenário foi descrito no início da noite desta terça-feira, no programa ‘Café com Notícia’, apresentado por Ana Girlene na Diário FM 90,9. O Ministério Público do Amapá já está ciente dos acontecimentos na região do Jari, onde a empresa que trabalha na fabricação de celulose opera, no lado paraense, em Monte Dourado, mas com grande parte dos funcionários residente em Laranjal do Jari e Vitória do Jari, no estado amapaense.
No programa Café com Notícia, entrou no ar, pelo telefone, a administradora Danielle Souza, ex funcionária da Jari Celulose, que trabalhava no Departamento Jurídico da empresa com a parte financeira processual. Danielle foi demitida junto com o marido. “A sensação que tenho é de estar sendo roubada literalmente. Faz dois anos que estão atrasando os salários; estávamos suportando e nos enchendo de dívidas, mas agora não temos mais como suportar sem ao menos receber o que é nosso por direito”, disse a ex funcionária.
Segundo a denunciante, o prazo para pagamento das verbas rescisórias dos funcionários venceu no dia 6 de julho, mas não tiveram nada pago. A Jari não deposita o FGTS e o INSS há mais de três anos. Mesmo assim fez a demissão em massa. Nessa segunda-feira, 8, os funcionários do RH começaram a chamar os demitidos para a homologação das rescisões, mas sem pagamento, apenas recebendo as guias de seguro desemprego e a chave para sacar o FGTS que se encontra depositado antes desta situação.
A juíza de Monte Dourado, Núbia Guedes, expediu mandado de bloqueio de 14 mil toneladas de celulose.
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