Início da Greve Geral é marcada por repressão da Brigada Militar no RS
Dezenas de manifestantes foram detidos e muitos foram encaminhados a atendimento médico com ferimentos
A greve geral no Rio Grande do Sul foi marcada por intensa repressão policial ainda na madrugada desta sexta-feira (14). Trancaços em rodovias pelo Estado e piquetes realizados em frente a empresas de ônibus foram reprimidos pela Brigada Militar (BM) em diversos municípios gaúchos com uso de gás lacrimogêneo, balas de borracha, jatos d’água e prisões.
Em Porto Alegre, 54 manifestantes foram detidos pela BM durante um piquete, no início da manhã, em frente à garagem de ônibus da empresa VTC. para Dentre eles, dois foram encaminhados à Polícia Federal, onde foi lavrado um termo circunstanciado por desobediência, e já foram liberados. Entre os 52 foram encaminhados para e Segunda DP, até as 12h45, 20 ainda não haviam sido ouvidos pela polícia.
Pela primeira vez no Estado, um caminhão da BM atirou jatos de água em manifestantes que caminhavam pacificamente na Avenida Bento Gonçalves, em Porto Alegre. Houve feridos nas ações em diversas cidades. Para o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, “o governador revelou a sua face perversa ao mandar policiais militares agredirem piquetes de trabalhadores e estudantes com violência maior do que nos tempos sombrios da ditadura militar, deixando vários feridos”.
“O governo Eduardo Leite (PSDB) já tinha mostrado a sua face de maldades aos gaúchos, quando manteve a política de atrasos, parcelamentos e arrocho dos salários dos servidores e obteve maioria na Assembleia Legislativa, que aprovou o fim do plebiscito para privatizar a CEEE, CRM e Sulgás”, conclui o presidente da CUT-RS.
A secretária de Formação da CUT-RS, Maria Helena de Oliveira, que participou de um piquete na garagem da Sudeste, na capital gaúcha, ficou indignada ao levar várias cacetadas nas costas. “Eles bateram de forma covarde e truculenta, sem abrir qualquer espaço para dialogar com os rodoviários para que eles pudessem decidir sobre participar ou não da greve geral e defender o direito de se aposentar”, disse.
Edição: Marcelo Ferreira
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