Indígenas abandonados à própria sorte contra coronavírus
Sem assistência do governo e vulneráveis à doença ‘dos homens brancos’, povos da floresta terão de enfrentar pandemia por conta própria
Izabel Santos
Manaus (AM) – Diante da pandemia do coronavírus, os indígenas brasileiros estão abandonados à própria sorte. A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), subordinada ao Ministério da Saúde, não anunciou medidas e nem investimentos para prevenir a disseminação da doença nas terras onde vivem povos reconhecidos pela saúde pública como vulneráveis e de imunidade baixa.
A Sesai é a responsável por planejar, coordenar, supervisionar, monitorar e avaliar a implementação da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, observados os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). A secretaria atende uma população de 760.350 indígenas através de 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei).
Na Amazônia Legal, 25 distritos abrigam uma população de 433.363 pessoas. Até a segunda-feira (16), não havia registro de casos suspeitos de coronavírus na população indígena.
Para o coordenador do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi’i, antropólogo João Paulo Barreto, da etnia Tukano, a região do Alto Rio Negro não está preparada para enfrentar o coronavírus. “Primeiro pelas distâncias, depois pelo próprio sistema imunológico dos indígenas. Além disso, o preparo para enfrentar a doença exigiria recursos e profissionais treinados”, listou. “Essa doença (coronavírus) não está entre as concepções de saúde e doença tratadas pelos kumuã. É de não indígena e, para curá-la, teríamos que usar a medicina dos brancos mesmo”, explicou.
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