Grito dos Excluídos mobiliza movimentos sindicais, sociais e estudantis
Por Maísa Lima (CUT Goiás)
O Grito dos Excluídos, que tradicionalmente acontece há 25 anos numa iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Goiânia (GO) vai se concentrar em frente à Catedral Metropolitana, no Centro, a partir das 8h30 deste sábado, 7 de Setembro. O tema é Este Sistema não Vale – Lutamos por Justiça, Direitos e Liberdade.
“É um grito contra todas as formas de opressão. No momento em que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) corta 5.613 bolsas e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) não tem mais como pagar 84 mil bolsas; o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), em um almoço em Washington (EUA) paga US$ 1 mil (R$ 4.186,00). São duas bolsas do CNPq…”, salientaram Altamiro José Alves, coordenador do Grito dos Excluídos 2019 e das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) em Goiás, e Ângela Cristina Ferreira, do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino.
Com essa fala fica claro porque os movimentos sindicais, populares e estudantis se uniram neste Grito. “É o dia do desfile cívico. Mas onde está a civilidade? Vivemos uma rotina de violações. E precisamos fazer justiça à juventude. A União Nacional dos Estudantes (UNE) acertou ao convocar, para o mesmo dia, o 4º Tsunami da Educação, que será reforçado pelo movimento sindical, que vê os direitos da classe trabalhadora serem destruídos com as reformas Trabalhista e da Previdência”, reforçou Ângela.
Correios
Do achaque aos trabalhadores, os ecetistas estão na ponta da lança. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) recusou a proposta do Tribunal Superior do Trabalho (TST), de prorrogar o atual Acordo Coletivo de Trabalho por mais 30 dias. “Fica evidente o descaso dos Correios com a classe trabalhadora, que, com boa vontade e bom senso, aceitou a proposta numa tentativa de negociar com a estatal”, pontua o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e suas Concessionárias, Permissionárias, Franqueadas, Coligadas e Subsidiárias no Estado de Goiás (Sintect-GO), Elizeu Pereira da Silva.
“A recusa serve a uma estratégia do governo Bolsonaro. Não negociando, ele pretende que os servidores entrem em greve e com isso a população seja convencida da necessidade de privatizar. Esse é um governo alicerçado na mentira”, desabafa Elizeu Pereira. “Os Correios são a única instituição que liga o País de norte a sul e de leste a oeste. Se privatizar, vários municípios deixarão de contar com serviço postal”, alerta o sindicalista.
No site do Grito dos Excluídos, consta que “o grito marca a saída de nossas angústias, comunica nossa intemperança e auxilia-nos frente ao impossível. É o limite entre o desespero e a esperança, é a fuga do vazio existencial para o encontro coletivo”. Se é assim, esse é o momento da solidariedade e da luta. Vamos todxs reforçar esse ato coletivo por Justiça, Direitos e Liberdade! Sábado, 7 de setembro, às 8h30, na Catedral Metropolitana de Goiânia!