Cresce mobilização em São Paulo rumo à Marcha das Margaridas
Ação reunirá em agosto mulheres do campo e da cidade em Brasília
Nos dias 13 e 14 de agosto ocorrerá a sexta edição da Marcha das Margaridas em Brasília. A atividade conta com a parceria de organizações sociais e movimentos populares, de mulheres e sindical, entre os quais a CUT. A atividade é coordenada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag).
Pela primeira vez, a marcha terá financiamento coletivo por meio da plataforma Benfeitoria (clique aqui). As contribuições são a partir de R$20. Segundo a plataforma, cada R$ 100 arrecadados garantem a participação de três mulheres.
Nesta primeira semana de junho, mulheres da CUT São Paulo e de entidades sindicais filiadas organizam ações para ampliar a participação na marcha. Cada categoria dialoga e incentiva o envolvimento das trabalhadoras nesta mobilização que tem como objetivo reunir 100 mil mulheres na capital federal.
Secretária de Mulheres da CUT São Paulo, Márcia Viana explica o que a marcha representa às trabalhadoras. “A marcha tem a ver com a resistência das mulheres do campo, da cidade, das florestas e das águas. Não é à toa que faz uma homenagem a uma sindicalista lutadora que morreu assassinada. Margarida somos todas nós”, afirma.
Márcia se refere à Margarida Maria Alves, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande na Paraíba, sindicalista que dá o nome à marcha. A mando de latifundiários, ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983. Ela defendia, entre outras bandeiras, os direitos dos trabalhadores e o fim da violência no campo. Sua frase “é melhor morrer na luta do que morrer de fome” ficou popularmente conhecida. Ela acreditava na justiça, na transformação pela educação e dizia que as mudanças sociais não dependiam apenas de governos, mas da ação de todas as pessoas, em todas as áreas.
Luta pelos estados
Para a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Brasil, Juneia Batista, a mobilização realizada neste momento tanto em São Paulo como nos demais estados do país demonstra a unidade na construção da marcha.
“O governo de Jair Bolsonaro é perverso com a classe trabalhadora, mas sabemos que as mulheres representam um dos segmentos que mais será afetado com a reforma da Previdência e todos os cortes que vêm sendo propostos na educação, na saúde e em áreas que são cruciais para a garantia da equidade, da igualdade e da justiça social no Brasil. Vamos à marcha contra o retrocesso e o fascismo”, afirma.
Segundo a dirigente, é importante lembrar que as mulheres têm demonstrado resistência e protagonizado a luta nos últimos anos. “A sexta marcha será possível pela articulação e força das mulheres. Temos feito muitos enfrentamentos desde o golpe de Michel Temer contra a presidenta eleita Dilma Rousseff e agora com o governo Bolsonaro. Nossa marcha colocará mais uma vez em xeque este governo, esta mídia comercial que nos violenta e a parte do Congresso e do Judiciário que querem vender o Brasil e acabar com a democracia. Nos manteremos firmes nas ruas e de lá não sairemos”, conclui.
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