Assentamento Santa Elmira, de Hulha Negra, completa 30 anos
No domingo, 12 de maio, os integrantes do assentamento Santa Elmira, localizado em Hulha Negra, celebraram 30 anos de história do local. Nascido de uma ocupação, em 1989, a estrutura abriga, na atualidade, mais de 50 famílias e se destaca na produção de leite, soja, milho e feijão. Além de uma Missa na Capela ‘Imaculado Coração de Maria’, um almoço foi organizado pela liderança da comunidade: o casal Nando e Dona Cenira.
A história do assentamento começou em 11 de março de 1989, quando da ocupação da Fazenda Santa Elmira. O ato foi marcado por enfrentamento com a força policial, tiros e violência e uso, inclusive, de helicópteros com bombas de efeito moral. Conforme relato histórico da época, 19 pessoas foram baleadas, 21 foram presas e 300 pessoas hospitalizadas, muitas na região de Cruz Alta e Pelotas. O ato de ocupação da fazenda marcou também a história do MST no estado do Rio Grande do Sul naquele ano. Frei Sérgio, líder religioso desde a ocupação, foi autor de um livro sobre o tema e muitas outras produções jornalísticas tratam também sobre o ‘massacre da Fazenda Santa Elmira’.
Nos dias atuais, o assentamento é composto por 53 famílias, possui a escola Municipal Chico Mendes, que atende mais de 100 crianças e adolescentes e também o EJA (Educação para Jovens e Adultos), e se destaca pela produção de milho, soja, feijão e leite.
Dona Cenira, líder do assentamento, fez uma fala agradecendo o trabalho de cada família e destacou a importância da união de todos os membros para manter vivo o ideal de luta, que, conforme ela, é pilar da comunidade desde 1989.
Presente no encontro, o deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT) foi um dos convidados para a festa em razão da sua história e trajetória com o MST e, em especial, com a comunidade da Santa Elmira, além de vereadores de Hulha Negra. O parlamentar falou com emoção sobre a história do assentamento e da coragem das mulheres e homens que se sacrificaram pela construção de uma nova história e ideais. “Devemos sempre lembrar da nossa história e contá-la para as próximas gerações. Foram três décadas de muito trabalho, muito sacrifício e doação pessoal que contribuíram para mudar não só a história de dezenas de famílias na região como também a própria história do MST. Com o olhar no futuro, a juventude do campo precisa ser valorizada e estimulada a produzir e empreender, por isso, olhar para a própria história é importante. Após 30 anos, muito ainda pode e precisa ser feito por esta comunidade que cresce e ganha mais jovens e crianças a cada ano”, mencionou.
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