14 anos da morte de Dorothy Stang: assassinada porque queria salvar a Amazônia

Por Daia Florios, em Greenme

14 anos se passaram desde a morte de Dorothy Stang, que passou sua vida lutando ao lado dos povos nativos da Amazônia brasileira defendendo suas terras. Era uma freira missionária de origem norte-americana, cuja presença incomodava a muitos.

Em 12 de fevereiro de 2005 ela foi assassinada com seis tiros, quando tinha 73 anos, na cidade de Anapu, no estado do Pará. Dorothy chegou ao Brasil em 1966 e sua missão não era apenas relacionada à religião.

Ela se juntou aos movimentos sociais que nasceram no estado do Pará para frear o desmatamento na Amazônia. Dorothy esteve sempre ao lado dos nativos, dos camponeses, dos agricultores familiares e dos índios para defender suas terras e foi assassinada exatamente por isso. Queria defender os pobres e, ao mesmo tempo, salvar um território devastado dia após dia pelo desmatamento. Por seu trabalho, Dorothy tem sido denominada “A primeira mártir da Criação”.

Dorothy Stang inicialmente sonhava em trabalhar como uma irmã missionária na China, mas depois de ensinar nas escolas de Chicago e Phoenix, nos Estados Unidos, veio trabalhar no Brasil com outras quatro freiras na intenção de ajudar os pequenos agricultores a construírem uma futuro independente para as suas famílias.

Ano após ano, o compromisso no Brasil tornou-se mais e mais arriscado tanto para os missionários quanto para as famílias dos pequenos agricultores. O mundo estava descobrindo as riquezas que a floresta amazônica poderia oferecer. Gradualmente os especuladores e os gigantes do agronegócio começaram a se sentir os donos das terras chamadas de “pulmão verde do planeta”.

A floresta amazônica é o lar de 50% das espécies de plantas do mundo e 20% dos recursos de água doce do planeta, graças às suas bacias hidrográficas. Dorothy Stang testemunhou com os próprios olhos a derrubada de árvores, incêndios e as atrocidades dos especuladores ruralistas.

A missionária ambientalista encorajou as pessoas locais a protegerem a floresta e a confiar nas técnicas agrícolas sustentáveis. Por causa de sua atividade, que era claramente contrária aos interesses do agronegócio, já na década de noventa, Dorothy passou a ser uma pessoa que deveria ser eliminada, na opinião dos latifundiários.

Todos os anos na Amazônia morrem ambientalistas, agricultores e defensores dos direitos humanos, vítimas de assassinatos premeditados para eliminar a oposição à destruição da floresta amazônica, como enfatizado pela Congregação das Irmãs de Nossa Senhora de Namur, da qual Dorothy Stang fazia parte.

Dorothy Stang repetidamente pediu ao governo para proteger os agricultores familiares, mas nunca foi ouvida, até que, em 12 de fevereiro de 2005, dois homens armados a encontraram ao longo de uma estrada rural de difícil acesso, a 53 quilômetros da sede do município de Anapu.

Ela queria apenas criar uma comunidade autossuficiente e defender a floresta. Hoje ela é um modelo de luta pela defesa do ambiente, cuja morte deve ser lembrada por todos nós para que a chama da esperança nunca se apague.


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