Calendário de lutas em defesa de Lula Livre foi anunciado em ato na tarde desta segunda-feira (9), no acampamento em apoio ao ex-presidente em Curitiba, na região onde ele está preso.
Stedile anuncia novos acampamentos na Cinelândia (RJ) e em frente ao STF, em Brasília
Por Paula Zarth Padilha, do Terra Sem Males, de Curitiba
Na tarde desta segunda-feira, 09 de abril, um novo ato político foi realizado na região da sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde o ex-presidente Lula está preso desde o último sábado (07). No local, cresce a cada dia o Acampamento Lula Livre, com a chegada de caravanas de diversas regiões do Paraná e do país.
O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, anunciou, ao lado do ex-ministro de Relações Internacionais, Celso Amorim, do ex-ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e do ex-presidente da Petrobrás, Sergio Gabrieli, a configuração da Jornada de Resistência e Vigilância até 7 de outubro, data das eleições presidenciais.
A liderança do MST anunciou que nesta semana um novo acampamento Lula Livre será montado em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, para acompanhar o julgamento de uma ação de constitucionalidade, que terá votação na quarta-feira (11), sobre o cumprimento de pena após esgotarem todos os recursos.
O dirigente também afirmou que outro acampamento será montado na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, e que estão previstas marchas até a sede da Rede Globo e do Tribunal de Justiça.
“Apelamos à consciência da ministra Rosa Weber. Há uma chance dessa barreira se romper na quinta-feira e buscarmos o presidente Lula”, disse Stedile. Caso haja outro revés no STF, afirmou que os advogados vão utilizar os instrumentos recursais possíveis, mas que “o habeas corpus que Lula precisa é o apoio do povo nas ruas”, que será viabilizado com agenda já anunciada, que foi definida em reunião das frentes populares após Lula se entregar, ainda no sábado.
Além dos acampamentos em Curitiba, Rio de Janeiro e Brasília, no dia 17 de abril o MST retoma seu dia histórico de luta, que também marca os dois anos do golpe no país, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, numa Jornada Nacional de Mobilização em Solidariedade ao Lula, em que convoca toda a militância e movimentos sociais e sindicais para a realização de paralisações em todo o país.
No dia 18 de abril, será realizado um grande ato em Curitiba, com a presença confirmada de Adolfo Perez Esquivel e de Pepe Mujica. Outras lideranças internacionais serão convidadas por Stedile e Celso Amorim.
No dia 21 de abril, uma passeata será realizada em Minas Gerais, até Ouro Preto, simbolicamente no feriado de Tiradentes, em defesa da liberdade de Lula.
Visitas ao acampamento
Ainda na manhã desta segunda, a pré-candidata à presidência pelo PC do B, Manuela D’ávila, esteve no Acampamento Lula Livre. Para ela, a liberdade de Lula representa a liberdade do povo brasileiro. Ela foi acompanhada do Senador Lindbergh Farias para um ato político.
De tarde, o ato político foi precedido de visitas ao acampamento, que toma diversas ruas ao redor da quadra isolada da sede da Polícia Federal. Stedile, Celso Amorim, Luiz Marinho e Sergio Gabrieli conheceram as estruturas organizadas pela Frente Brasil Popular e pelo MST, que conta com a adesão de diversas entidades de representação e de movimentos sociais e sindicais, que estão também com instalação de barracas solidárias no local.
O ato foi organizado por lideranças do PT em Curitiba, como André Machado e Anaterra Viana, presidente e vice do partido na cidade. Os bancários Juvândia Moreira e Beto Von der Osten, presidenta e ex-presidente, respectivamente, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) vieram de São Paulo para o ato.
Também permanecem em vigília representantes da CUT Paraná, da CUT Nacional, da APP Sindicato, do Sindipetro, da UNE, do Kizomba, da Marcha Mundial das Mulheres, das Promotoras Legais Populares, da Consulta Popular e de sindicatos de outras regiões do país.
O acampamento conta com cozinhas industriais coletivas para fornecimento de alimentação (e também uma barraca para recolher doações de alimentos), e os participantes estão instalados em barracas, colchões e ônibus nas calçadas e ruas, que estão isoladas para restrição do tráfego de veículos, com a presença da Polícia Militar e de representantes dos movimentos sociais, que estão caracterizados.
Os atos políticos são realizados na rua, num palco improvisado, e são transmitidos por um grande coletivo de imprensa alternativa formado por jornalistas, repórteres fotográficos e comunicadores de diversas entidades e regiões do país.