Sem diálogo com o governo, servidores em greve montam acampamento no Centro Cívico
Ato reuniu mais de 20 mil grevistas, que caminharam até o Palácio do Governo, em Curitiba
Em greve há uma semana, desde o dia 25 de junho, mais de 28 categorias do serviço público do Paraná aguardam diálogo com o governador Ratinho Junior, que até agora não os recebeu. Um dos argumentos do Governador, “é que a greve era pequena”. Porém, nesta segunda, 1º de julho, mais de 20 mil servidores públicos participaram de um ato na Praça Santos Andrade, que seguiu em caminhada até o Palácio Iguaçu, onde foi montado um acampamento.
Segundo a professora Marlei Fernandes, do Fórum de Entidades Sindicais (FES), “o movimento só cresce e hoje é uma prova da nossa força. Estamos pedindo que seja garantido um direito nosso. O governo diz que não tem dinheiro, mas todo ano dá 10milhões de isenção para empresários”. A principal reivindicação do movimento é a reposição salarial: os servidores reivindicam um reajuste de 4,94% como reposição salarial dos últimos 12 meses, e apontam que as perdas acumuladas desde 2016 chegaram a 17%.
Na praça, representantes de sindicatos, movimentos populares apoiadores e estudantes expuseram suas pautas e insatisfações. Welington Tiago, presidente da União Paranaense do Estudantes (UPES), declarou apoio à greve e conclamou os estudantes de todas as escolas estaduais. “A prática é o critério da verdade e por isso a prática do Ratinho Junior mostra que ele é como Beto Richa. Persegue e desrespeita professores e estudantes. Por isso, aproveito para pedir o apoio dos estudantes para que façamos uma revolução igual à que fizemos em 2016, quando ocupamos as escolas, disse.
Já são 80% das escolas fechadas, com os professores e funcionários da educação em greve. Hermes Leão, presidente da APP Sindicato, lembrou que além da data base, os servidores pedem melhorias das condições de trabalho. “Temos concurso para ser feito para várias categorias e não só para os professores, entre outras demandas que tem feito os professores e demais trabalhadores adoecerem em seus locais de trabalho”.
Após o ato, os servidores foram em caminhada até o Palácio do Governo, no Centro Cívico. Ali, montaram um acampamento que só sairá com a resposta positiva do Governo. “Estamos na luta pela defesa do serviço público, que é um bem e direito da população. O Governo não pode fechar a porta e por isso ficaremos até abrirmos a mesa de negociação”, disse Marlei, do FES.
Edição: Fredi Vasconcelos
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