Por que marchamos? | MTST foi para as ruas pela retomada de direitos

MTST – Na terça-feira, dia 29, aconteceu a primeira Grande Marcha do MTST em 2019. E não foi a chuva de São Paulo que intimidou o povo e o impediu de ganhar as ruas. A marcha saiu da praça da República e subiu a rua da Consolação, levando mais de 10 mil pessoas contra as ameaças e as atuais ações do governo.

O ato seguiu até o escritório da Caixa Econômica Federal na avenida Paulista, onde foram discutidas pautas como o fim do Ministério das Cidades — criado em 2003 durante o governo Lula e que era responsável pelo planejamento urbano, além de desenvolver programas de moradia social como o Minha Casa, Minha Vida. O Ministério garantia que cidades e assentamentos urbanos exercessem sua função social, providenciando o financiamento de moradias dignas sem discriminação, acesso à água e ao saneamento, acesso igualitário aos bens públicos, assim como acesso à saúde, educação, segurança, educação, infraestrutura, mobilidade e transporte, energia, qualidade do ar e subsistência.

As medidas do recém-empossado Presidente Jair Bolsonaro e a fusão de ministérios (criação do Ministério de Desenvolvimento Regional) fizeram com que a gestão desses projetos passasse a ser realizada pelos próprios municípios. No Brasil, temos mais de 5.600 municípios — a maioria sem condições para gestões urbanas — e com isso a especulação imobiliária aumentaria, além de piorar a qualidade de vida nas grandes cidades, impactando diretamente o povo que seguirá à margem de uma política habitacional não estruturada para ele e que se contrapõe à constituição e à garantia de direitos básicos.

Para completar, ainda houve a queda no orçamento atual para programas de habitação sob a gestão Temer, caindo de R$ 6 bilhões, em 2018, para R$ 4,5 bilhões na previsão para 2019.

“A maneira de conseguir minha moradia é através da luta, porque dinheiro eu não tenho; se eu não lutar, não vou conseguir…” – Maria, 50 anos.

Também foram levadas para as ruas a pauta do recente decreto do Governador de São Paulo, João Dória, e suas intenções nebulosas em relação ao direito de livre manifestação, que caminha ao lado da perseguição aos movimentos sociais e a manipulação da opinião pública. O MTST já prepara ações na Justiça para que tais direitos sejam protegidos.

“Eu tô numa vitória de um apartamento, porque onde a gente mora é área de risco e lá não tem documento que comprova que a gente mora, estamos procurando uma coisa certa, digna, que vai ser da gente…” – Maribel, 50 anos.

Após reunião na sede do banco federal, os representantes da Caixa Econômica Federal se comprometeram a selecionar empreendimentos do programa Minha casa Minha Vida na modalidade “Entidades”. Além do compromisso, estaremos de olho para que dessa vez o acordo saia do papel. Como resultado do encontro também foi agendada uma reunião com o Governo Federal em Brasília no dia 6 de fevereiro, onde as pautas poderão ser exploradas e defendidas.

O nosso primeiro ato representou a força da luta e a resistência dos direitos humanos, das liberdades individuais. Não seremos intimidados por política autoritária. Somos Marias, Joanas, Lázaros, Joãos… o MTST é fortalecido dia após dia por trabalhadores e trabalhadoras que nunca deixaram de lutar e de acreditar que a luta vale a pena.

Apesar das errôneas e ignorantes declarações e ataques, que constantemente tentam diminuir a causa e as pessoas, sabemos e temos a convicção do bem maior: a luta por direitos e por dignidade e oportunidades iguais para todos.

2019 começou!

MTST, A LUTA É PRA VALER!


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