MAB lança documentário sobre vida e saúde dos atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão

Página do MAB – Neste 5 de fevereiro de 2019, o crime das mineradoras Vale, Samarco e BHP Billiton, na Bacia do Rio Doce, completa 3 anos e 3 meses de impunidade. O rompimento da barragem de rejeitos de Fundão não deixou apenas o rastro de destruição causado pelos mais de 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Por todos os 600 quilômetros por onde a lama passou, atingidos das 39 cidades entre Minas Gerais e Espírito Santo relatam problemas de saúde causados pelo rompimento e também denunciam a atuação das mineradoras dentro da entidade responsável pela reparação das vítimas. No documentário, RENOVA: O crime é periódico o Movimento dos Atingidos por Barragens traz um panorama sobre as consequências dos rejeitos para a saúde dos moradores e a perpetuação do crime até os dias atuais.

SAÚDE: intoxicação, epidemias e transtornos psicológicos

Em 2017 e 2018 o Instituto Saúde e Sustentabilidade, em parceria com a Universidade de São Paulo e o GreenPeace realizaram exames de saúde em moradores de Barra Longa, um dos municípios mais afetados pela lama. As análises apontaram diversos problemas recorrentes: 40% dos entrevistados, apresentaram problemas respiratórios (para as crianças de 0 a 13 anos, o índice alcançou 60%) e 15,8% dos entrevistados estão com afecções de pele. Mais de 80% dos atingidos, que participaram do levantamento apresentaram sintomas de problemas emocionais. A insônia é o mais frequente, atinge 36,9% dos entrevistados, inclusive crianças entre 6 a 13 anos (taxa de 19%).

Além destes relatórios, exames de sangue realizados em 11 moradores de Barra Longa comprovaram alto nível de níquel no organismo dos atingidos. A substância é capaz de causar doenças de pele, queda de cabelo entre outras doenças. Os exames, foram realizados pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo e confirmaram também a contaminação por arsênio e nível de zinco abaixo do necessário para o corpo humano.

RENOVA: A criminosa “cuidando” das vítimas

Neste documentário o Movimento dos Atingidos por Barragens expõe um Raio X não só da saúde dos moradores, mas também da Fundação Renova, entidade responsável pela reparação das vítimas. Atingidos, entidades e juristas relatam a atuação da entidade, que age em favor das mineradoras e negligencia todos os direitos dos atingidos. Para se ter uma ideia, o reassentamento da cidade de Bento Rodrigues, distrito totalmente devastado pela lama, só teve 1 casa construída. Ainda hoje, há municípios que são abastecidos por caminhão pipa.

Além dos depoimentos dos atingidos, o documentário também conta com entrevistas das pesquisadoras Dra. Evagelina Vormittag e a Professora Dulce Maria e do Procurador da República do Ministério Público Federal, Dr. Helder Magno da Silva.

BRUMADINHO: O crime se repete

Novamente Minas Gerais e o Brasil enfrentam um novo crime ambiental. Os atingidos que tiveram contato com a lama da barragem de rejeitos da mina Córrego do Feijão, já apresentaram sintomas de saúde, como coceiras, náuseas e feridas na pele. Os rejeitos da Vale já contaminaram o Rio Paraopeba e devem comprometer também o Rio São Francisco, um dos principais recursos hídricos do país, que banha mais de 500 municípios brasileiros. Cerca de 18 milhões de pessoas devem ser prejudicadas com a contaminação desse leito. Mais do que nunca é imprescindível investigar, refletir e descobrir quais as implicações com o contato e ingestão da lama e da água contaminada.

SERVIÇO À IMPRENSA

Documentário: “RENOVA: O crime é periódico”

Lançamento: Terça-feira (05/02) – 19h no horário de Brasília.

Acesso: facebook.com@MAB.Brasil

Assessoria: Kelvim (31) 98803-6180


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