Loja de produtos do MST completa dois anos no Rio de Janeiro
[Redação/Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ)] Em setembro de 2018, o Armazém do Campo abria as portas do casarão tradicional pela primeira vez ao público no Rio de Janeiro. Nos últimos dois anos, o espaço de comercialização organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no bairro da Lapa, no centro da cidade, se tornou referência em alimentação saudável e cultura popular para os cariocas.
Na lista de mercadorias estão mais de 450 produtos orgânicos e agroecológicos, vindos de assentamentos da reforma agrária, empresas parceiras e pequenos agricultores. Entre eles, o famoso arroz orgânico produzido no Rio Grande do Sul que faz do MST o maior produtor da América Latina. Na contramão do aumento do preço do arroz nos supermercados nas últimas semanas, o Armazém do Campo manteve o mesmo valor de sempre cobrado pelo produto em sua loja do Rio e nas outras localizadas em quatro estados do país.
“O Armazém do Campo vende produtos naturais e produzidos em assentamento da reforma agrária. Tem arroz orgânico de qualidade por preço justo. Recomendo muito”, lembrou o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) em sua página do Facebook na última semana.
Além do parlamentar, outras diversas personalidades e artistas já passaram pelo casarão nos últimos anos e lembraram de sua importância para a cidade. O cantor Chico Buarque foi um deles. Ao lado de sua companheira, a jurista Carol Proner, o músico destacou em vídeo que o chocolate Terra Vista, vendido na loja e produzido pelo assentamento de mesmo nome na Bahia, é o seu “consolo na pandemia”.
“É uma delícia esse chocolate. Assim que pudermos estaremos de novo juntos para um forró no Armazém. Parabéns pelos dois anos”, destacou o músico.
A culinarista e apresentadora, Bela Gil, também parabenizou o Armazém nas redes sociais. “Sou claramente uma super apoiadora e admiradora do MST. Eu acho fundamental entender as escolhas alimentares como uma forma de construir um mundo melhor. Comprar no Armazém é uma das formas que a gente tem de construir um Brasil mais justo, mais igualitário e mais sustentável”, disse em vídeo.
Segundo a coordenadora do Armazém do Campo no Rio, Angela Bernardino, a loja foi criada porque a participação nas feiras não dava conta de escoar toda produção de alimentos do MST. A proposta da rede de lojas é comercializar diariamente os produtos e aproximar a população do debate sobre alimentação saudável.
“É um desafio muito grande construir um espaço do MST que também é de resistência, ainda mais nesse período que a gente vive. Aqui no coração da Lapa um dos objetivos é dialogar com a sociedade que o MST não só ocupa a terra como também produz alimentos agroecológicos, sem veneno”, disse Angela em entrevista ao Programa Brasil de Fato RJ no aniversário de um ano da loja carioca.
Programação online
Ao longo dos anos, o Armazém do Campo conquistou o público carioca não só pela qualidade dos produtos mas também por ter se tornado um importante ponto de encontro da cultura e da resistência política na cidade do Rio.
Antes da pandemia, a loja promovia debates, lançamento de livros e apresentações culturais toda a semana. Com a necessidade de distanciamento social dos últimos meses, alguns encontros da programação foram mantidos em versão online.
Neste mês de setembro, como parte das atividades em comemoração ao segundo ano do Armazém no Rio uma programação online está no ar. Nesta quarta-feira (23), a partir das 17h, acontece o debate “Armazém do Campo: resistência ativa na agroecologia”, com a participação de Luana Carvalho, da direção nacional do MST, Maria Emília, da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), e Nívea Regina, da editora Expressão Popular. A transmissão fica por conta das páginas do Facebook do MST e Armazém do Campo RJ.
Confira a programação completa:
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