Livro que retrata a história de Querobina, quebradeira de coco babaçu, será lançado amanhã, 26/02
Dá página do MIQCB – Mais uma quebradeira de coco babaçu teve a sua história de luta é resistência relatada. Desta vez foi Maria Querobina da Silva Neta da região de Imperatriz. O lançamento do livro “Sou uma mulher praticamente livre”’ acontece nesta terça-feira (26), às 15h, no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Imperatriz. O projeto é resultado de parceria entre a ‘Nova Cartografia Social da Amazônia’ e o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu do Maranhão, Pará, Piaui e Tocantins.
Outra quebradeira de coco babaçu teve sua vida registrada em livro foi dona Dona Cledeneuza Maria Bizerra Oliveira, coordenadora financeira do MIQCB e da regional do Pará. O livro foi intitulado “Sou filha de quebradeira de coco” e lançado em 2018 em Marabá (PA). O livro faz parte da ‘Coleção narrativas das quebradeiras de coco babaçu’ e ganhou mais uma obra; “Sou uma mulher praticamente livre”.
Sobre Maria Querobina
Querobina foi escolhida para fazer parte da obra porque tem sua trajetória de vida marcada pela sua militância social no movimento de trabalhadoras rurais e é conhecida por sua luta em defesa da terra, sobretudo, pelo desejo de ter um lugar para plantar e colher, algo proibido por grandes empesas que cercam os assentamentos da região.
Maria Querobina dos Santos sempre esteve à frente dos movimentos sociais em defesa da terra de Imperatriz. Certa vez em entrevista realizada em 2012 para o site ‘Nova Cartografia Social da Amazônia’, ela fez uma análise de conjuntura a respeito do que ocorria em seu povoado.
Segundo ela, a luta começou quando houve a ampliação do eucalipto na região de Imperatriz que iniciou com a Companhia Energética do Maranhão (CEMAR) comprando milhares de hectares da “agricultura familiar” e com isto devastaram os recursos naturais. “Onde pescávamos, tinha muito extrativismo, muito açaí, muito babaçu. Depois vem a Suzano.
Querobina é uma mulher que denunciava a ação de projetos ditos desenvolvimentistas e presa pela resistência dos trabalhadores rurais. “Não se produz arroz, não é porque não se planta, mas é porque morre antes de botar cacho, o mesmo ocorre com o cacho da fruta. As acerolas e as laranjas estão tendo uma doença absurda, a pira preta no pé da laranja, da acerola que elas morrem”, disse. A quebradeira de coco foi diretora do Sindicato dos Trabalhadores Trabalhadoras Rurais (STTR) de Imperatriz.