Integrantes do acampamento Lula Livre são agredidos em Curitiba

Participantes da mobilização foram atacados por integrantes da torcida do Coritiba quando voltavam ao acampamento.

Integrantes do MST foram agredidos com barras de ferro e pedaços de madeira. Foram atendidos por uma ambulância contratada pelo evento, que estava no local.

Acordo que resultou na transferência do acampamento para três quadras da PF também deveria garantir segurança aos acampados. Foto: Ednubia Ghisi

Acordo que resultou na transferência do acampamento para três quadras da PF também deveria garantir segurança aos acampados. Foto: Ednubia Ghisi

Do Brasil de Fato em Curitiba

Participantes do acampamento Lula Livre em Curitiba foram brutalmente agredidos na noite desta terça-feira. Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra foram atacados em um trecho da Avenida Paraná, no caminho entre a Polícia Federal e entre o terreno onde estão montadas as barracas do acampamento.

Presidente estadual do PT no Paraná, Dr. Rosinha conta que as vítimas voltavam das atividades que estavam sendo realizadas a uma quadra da PF, quando foram surpreendidas por um grupo de pessoas, aproximadamente às 19h30. Os integrantes do MST foram agredidos com barras de ferro e pedaços de madeira. Foram atendidos por uma ambulância contratada pelo evento, que estava no local.

Não foi possível identificar a quantidade de agressores, que se identificaram como torcedores do Coritiba Foot Ball Club, da Império Alviverde. O time disputa uma partida contra o Atlético Goianiense nesta terça-feira à noite.

O comando da Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública já foram acionados. Apenas às 22h duas equipes da Rotam, unidade especial da polícia militar, chegaram ao local para garantia da segurança. O presidente estadual do PT conta que no acordo realizado nesta segunda-feira entre os organizadores do acampamento e órgãos estaduais e municipais, além da transferência do local do acampamento, estava previsto a segurança dos acampados.

Uma viatura deveria estar à disposição dos participantes da mobilização, mas nenhum efetivo policial ficou na área durante toda a terça-feira.”Nós cumprimos o acordo com o governo do estado, mas o governo não está cumprindo o acordo conosco, que é de garantir a segurança no local”, destaca.

Por causa do acordo, a estrutura de barracas para pernoite e de cozinhas comunitárias saiu da quadra próxima à polícia federal, e foi deslocada para um terreno na esquina da rua Joaquim Nabuco com a rua São João. As atividades culturais e atos políticos permaneceram sendo realizados a cem metros da PF, na rua Guilherme Matter com a rua José Antonio Leprevost.

Em nota, a organização do acampamento Lula Livre destacou que “exige dos órgãos de segurança pública uma resposta ao não cumprimento do acordo estabelecido em reunião”, e “pede que as medidas cabíveis sejam tomadas e que a segurança seja efetiva nos locais onde permanecem os acampados”.

O clima de insegurança permanece no lugar. Segundo o presidente do PT, pessoas que passam pelo acampamento ameaçam e xingam os manifestantes que estão no local. O receio dos acampados é que novas agressões aconteçam após o fim do jogo. “Se o time perder eles vão voltar com mais raiva”, teme Dr. Rosinha.

(Edição: Franciele Petry Schramm e Ednubia Ghisi)


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