Impactos da Vale e de outras grandes corporações são abordados no volume II da série Arenas Amazônicas

Publicado por Rogério Almeida no blog Furo

Há mais de dez anos uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale, usa de inúmeras artimanhas jurídicas para não assinar um termo de ajustamento de conduta (TAC), por conta das situações de vulnerabilidade de crianças e adolescentes que embarcam clandestinamente em seus trens que correm diuturnamente a Estrada de Ferro de Carajás (EFC).

A ferrovia é responsável pelo escoamento do minério de ferro de ótimo teor da Serra de Carajás até os portos de São Luís, no Maranhão, de onde ganha o mercado mundial. A mesma empresa mantém querelas com quilombolas no município de Itapecuru Mirim, no estado do Maranhão, devido à duplicação da EFC.

Com a mesma categoria, mas, desta feita no estado do Pará, no município de Moju, a implantação de um mineroduto e de uma linha de transmissão de energia de interesse da empresa reconfiguraram o território ancestral.

Nas regiões sul e sudeste paraense, vários projetos da corporação promovem a tensão entre a empresa, camponeses e indígenas, a exemplo do caso dos Xikrin do Cateté. Aos que ousam contrariar as agendas da empresa, ela move ações na justiça. As ações cíveis e criminais contra sindicalistas, assessores, professores e dirigentes somam quase duas centenas.

As disputas por territórios entre a Vale e outras grandes corporações, tais como a Jari Celulose, Belo Sun e o Consórcio Norte Energia, responsável pela hidroelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Pará, constam no rol das oito narrativas que integram o volume II da série Arenas Amazônicas, organizada pelo jornalista e professor da UFOPA, Rogerio Almeida.

A jornalista Lilian Campelo, correspondente do site Brasil de Fato na região Norte, assina uma das produções em parceria com Almeida.  O volume II conta ainda com um ensaio sobre as resistências de camponeses no sudeste paraense, assinado pela militante do MST, Júlia Iara. Jornalistas, professores e organizações cederam fotos que ilustram o livro. Boa parte do conteúdo foi publicado no site da Agência Carta Maior, e no blog do próprio autor. Xingu, Marajó, Carajás e o Baixo Amazonas constam nas pautas da publicação.

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A série Arenas Amazônicas –  Trata-se de um conjunto de três volumes de narrativas jornalísticas que contemplam agendas da Amazônia. O primeiro volume enfocou as formas de ações de movimentos negros nas periferias de Belém em diversos campos: política, cultura e mulheres. O segundo tomo trata de pelejas das populações locais e suas formas de enfrentamento aos grandes projetos, enquanto o terceiro tem a ambição de tratar sobre a comunicação popular. As diferentes formas de enfrentamentos e resistências das populações locais constitui a coluna dorsal da iniciativa.

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