Greve da educação mobiliza população contra ações do governo Bolsonaro
Mais do que um dia nacional de paralisação contra cortes orçamentários no ensino público promovidos sem diálogo com a sociedade pelo governo Bolsonaro, o #15M, greve em defesa das universidades públicas federais e dos institutos técnicos federais, mobilizou todas as bandeiras de luta contra os retrocessos no Brasil.
Em Curitiba, uma grande marcha, com concentração na Praça Santos Andrade, saiu em direção ao Centro Cívico, liderada por estudantes, seguida por professores, pesquisadores, representantes dos movimentos sociais e também com a adesão unitária de movimentos sindicais, que levaram suas bases para somar na mobilização.
Abraçada numa bandeira LGBTI+, Laura, de 21 anos, formada em mecânica pelo Instituto Federal (IFPR), explicou que nesse momento é necessário expor todo o contexto de opressão que a população brasileira está passando. “A bandeira é contra as declarações e ofensas contra os LGBTI. Esse é um momento importe de reivindicar”.
Ana Elisabeth, 14 anos, estudante do IFPR no curso técnico de alimentos, também estava na praça, defendendo a instituição. “É um absurdo o corte de verbas, o corte de direitos dos estudantes. Eu espero que com as manifestações o governo se conscientize que não é certo”, disse.
Outra estudante secundarista, vestida com uma camiseta com a imagem do ex-presidente Lula, explicou que no Colégio Estadual do Paraná os alunos se organizaram coletivamente, junto ao Grêmio Estudantil e à UJS, para se encontrarem em frente e aderirem à paralisação, participando da marcha. “No Colégio Estadual não tem aula”, afirmou Isabelle, 16 anos.
O estudante Pedro Calixto, de 29 anos, doutorando em ecologia e conservação pela UFPR, escolheu a camisa amarela da seleção brasileira de futebol para somar na manifestação. “Temos que retomar nossos símbolos de orgulho que foram cooptados pelo outro lado”, defende.
No caminhão de som, nos cartazes, nas bandeiras, outras reivindicações foram expostas por sindicatos, partidos políticos, movimentos sociais e organizações estudantis, como a luta contra a Reforma da Previdência e o ato da educação como preparatório para a greve geral de 14 de junho, convocada pelas centrais sindicais.
A defesa da cultura, do meio ambiente e de Lula Livre também eram pautas presentes em meio às palavras de ordem contra o presidente Bolsonaro. A marcha da manhã terminou no Centro Cívico de Curitiba e foi retomada durante a noite, finalizando um dia de greve em que a aula nas universidades públicas federais foi realizada nas ruas, com protagonismo também dos estudantes secundaristas, que querem ter o direito, no futuro, de estudar também nesses locais.
Por Paula Zarth Padilha
Foto: Gibran Mendes
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