Estudantes que apoiam terceirizados desocupam reitoria da UFPR

Após uma semana de ocupação da reitoria da Universidade Federal do Paraná, os estudantes da Frente de Apoio à Luta dos Trabalhadores e Trabalhadoras Terceirizados (FALTT) desocuparam o prédio na noite de segunda-feira (16), num acordo com a UFPR.

Foto: Terra Sem Males

Foto: Terra Sem Males

Do Terra Sem Males

Após uma semana de ocupação da reitoria da Universidade Federal do Paraná, os estudantes da Frente de Apoio à Luta dos Trabalhadores e Trabalhadoras Terceirizados (FALTT) desocuparam o prédio na noite de segunda-feira (16), num acordo com a UFPR.

A Frente divulgou uma nota em sua página sobre o movimento de resistência e sobre o acordo pela desocupação.

De acordo com nota divulgada pelos estudantes, “o acordo foi firmado a partir do compromisso da Reitoria da UFPR de constituir um processo administrativo interno da Universidade, que culminará em uma comissão permanente cujo objetivo é avaliar a procedência da pauta da ocupação, dentre os diversos outros problemas das categorias dos trabalhadores terceirizados. A composição dessa comissão contará com estudantes da FALTT e outras entidades da comunidade acadêmica”.

Confira:

NOTA DE DESOCUPAÇÃO DO DSG

Informamos que nessa noite de segunda-feira (16) para terça-feira (17), após 7 dias de uma firme ocupação e de incessantes mesas de negociação, chegou-se a um acordo entre ocupantes e Reitoria.

A ocupação foi iniciada no dia 10 de Abril como um momento de radicalização de uma luta que já se seguia desde o início de Março, quando os estudantes da FALTT, em contato com a realidade dos trabalhadores terceirizados dos Restaurantes Universitários da UFPR, perceberam que algo de errado acontecia.

Após muitas reuniões dos estudantes da FALTT, muitas conversas com trabalhadores, muitas reuniões com o sindicato, muita investigação, atos em apoio, tentativas de assembleia puxadas por meios legais (sabotadas por reacionários) e infindáveis tentativas de resolução através dos meios “comuns”, se deu o processo de ocupação como esforço máximo empreendido até então na luta contra a exploração de trabalhadores, que foram demitidos por perseguição política. Isso deve ficar demarcado agora e deverá ficar claro sempre: os 13 trabalhadores terceirizados do RU foram demitidos por PERSEGUIÇÃO POLÍTICA.

A ocupação recebeu grande apoio de diversos setores da comunidade acadêmica, principalmente de estudantes, professores, técnicos e terceirizados, bem como de entidades, organizações e apoiadores até mesmo de fora da Universidade.

A ocupação também recebeu ataques de todos os tipos de setores de dentro e fora da Universidade, desde pelegos até declaradamente fascistas. Não nos espanta a posição de muitos desses contra a ocupação. Não é novidade que existam aqueles que se posicionem contra a luta unificada de trabalhadores e estudantes. Não estamos aqui para agradar ou para sermos adorados, e desde o início da ocupação sabíamos que essa atitude iria cindir opiniões dentro da Universidade.

O acordo foi firmado a partir do compromisso da Reitoria da UFPR de constituir um processo administrativo interno da Universidade, que culminará em uma comissão permanente cujo objetivo é avaliar a procedência da pauta da ocupação, dentre os diversos outros problemas das categorias dos trabalhadores terceirizados. A composição dessa comissão contará com estudantes da FALTT e outras entidades da comunidade acadêmica.

A luta contra a terceirização, tantas vezes repetida da boca pra fora e de forma abstrata por muitos nessa universidade, se manifestou um enfrentamento concreto aos males reais da terceirização. Podemos todos ter certeza que não mais combatemos apenas um “fantasma” da terceirização, mas combatemos diretamente e a fundo o que há de mais desgraçado na precarização da universidade pública.

Agradecemos a todos aqueles que, cada um à sua maneira, apoiaram, contribuíram e construíram essa justa luta em defesa dos trabalhadores do setor mais precarizado da universidade.

Dessa luta, podemos ter uma certeza: saímos ainda mais firmes e mais dispostos a apoiar e lutar junto às trabalhadoras e trabalhadores terceirizados. A todos que apoiaram e ajudaram a construir essa luta, são convidados a seguir um incansável combate à terceirização!

Terceirizados, contem comigo, aqui tem um movimento combativo!

Contra o desmonte da universidade pública!

O Terra Sem Males acompanhou a ocupação. Confira o que foi publicado:


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