Entidades estudantis lançam campanha por #JustiçaParaMarielle

Confira o chamado unificado da campanha e o depoimento de algumas das organizadoras dessa iniciativa.

Prestes a completar dois anos do assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco, entidades estudantis de diversas universidades do país lançam uma campanha exigindo #JustiçaParaMarielle. Centros Acadêmicos da USP, Unicamp, UERJ, UFMG e UFRGS lançam um chamado nacional para que mais entidades se somem nessa iniciativa e busquem construir uma grande campanha nacional nas próximas semanas.

Segundo Lara Zaramella, diretora do Centro Acadêmico da Letras USP (CAELL) e militante da juventude Faísca Anticapitalista e Revolucionária, o intuito dessa campanha é:

Lançamos essa campanha pois queremos construir de forma unitária com outras entidades estudantis uma grande campanha para lutar por #JustiçaParaMarielle. Por isso, além das entidades que já assinam essa nota, estamos buscando outros CAs, DAs e DCEs para serem parte dessa iniciativa. Reforçando esse chamado para todas as entidades dirigidas pelo PSOL e outras organizações da esquerda, pois estamos há quase dois anos sem uma resposta sobre quem mandou matar Marielle. Em nossas salas de aula, nas conversas nos corredores, é possível perceber como para a ampla maioria dos jovens esse assassinato segue sendo uma das grandes feridas abertas do golpe institucional. Nos indigna muito que os bolsonaristas e a extrema direita fiquem tripudiando da memória de Marielle, e tenham a audácia de chamar um ato ultra reacionário, com o intuito de reafirmar seu autoritarismo contra nossos direitos democráticos mais elementares, um dia depois da data em que esse crime político, cujo Estado é responsável, completará dois anos. Por isso, queremos fazer uma grande campanha militante, iremos forrar nossas universidades com milhares de cartazes que deixam claro nosso recado, iremos articular assembleias e reuniões desde a base dos estudantes e para que essa campanha seja parte viva da nossa preparação rumo as mobilizações do dia internacional das mulheres, na construção dos atos em memória da Marielle e para construirmos uma grande paralisação nacional no dia 18 de março”.

Ainda sobre a campanha, Isa Santos, coordenadora do Centro Acadêmico de Serviço Social da UERJ (CASS) e militante do Quilombo Vermelho, declarou que:

“Ano passado o CASS impulsionou um chamado nacional para uma paralisação no dia 14 de março, organizamos uma forte assembleia entre os estudantes, paralisamos nossas aulas juntamente com nossos colegas da geografia e fomos com um forte bloco ao ato. Esse novo chamado é parte de seguir com as iniciativas que fomos construindo no curso desde o assassinato de Marielle. Debatemos com cada estudante como somente com uma grande mobilização conseguiremos impor a investigação e punição dos culpados seja efetivada, sem deixar que se naturalize que o Estado burguês pode seguir fazendo o que quiser com nossos mortos, até mesmo quando se trata de uma vereadora de esquerda. Discutindo também a necessidade de não termos nenhuma ilusão que sem uma investigação independente, que trabalhe em paralelo e controle todo o processo, será possível chegar a alguma verdade. Para nós, a investigação do Estado deve ser acompanhada e fiscalizada rigorosamente por uma investigação que seja independente, composta por defensores notórios dos direitos humanos, sindicatos, familiares, parlamentares do PSOL, movimentos sociais e todos aqueles que, ao contrário da polícia e do judiciário, não tem rabo preso com os capitalistas, com milícias e nem nenhum interesse em deixar impune alguém que matou uma parlamentar negra e de esquerda.”

Confira abaixo o chamado das entidades:


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