Em Bacuri, mais dois quilombos são certificados pela Fundação Cultural Palmares
O trabalho de reconhecimento das áreas quilombolas no município de Bacuri, no litoral ocidental do Maranhão, já computa oito certificações oficiais da Fundação Cultural Palmares (FCP). As duas recentes são Jurupiranga e Ponta Seca, que obtiveram as suas certidões de autodefinição expedidas em 02 de janeiro de 2020.
A certidão de autodefinição é expedida pela FCP após a análise do histórico de cada comunidade quilombola. O histórico é um longo trabalho de pesquisa feito por meio de entrevistas com os moradores antigos (memória oral), registros fotográficos e descrição sobre o patrimônio histórico, arqueológico e cultural, descrição dos equipamentos remanescentes da escravatura (ruínas de casa grande, resquícios de engenhos, vestígios de habitações e dos locais do trabalho escravo), posicionamento geográfico das áreas, levantamento histórico, econômico, social e cultural sobre as atividades desempenhadas pelos moradores para a sobrevivência, meios de produção, registros das identidades raciais e étnicas, religiosidade e censo dos moradores.
Além do histórico são apresentados os seguintes documentos: ata de fundação e eleição da diretoria da associação dos moradores de cada comunidade; ata de autodefinição dos moradores se reconhecendo remanescentes de quilombos; ata de reunião técnica com os moradores; requerimento encaminhado ao presidente da Fundação Cultural Palmares, em Brasília, solicitando a análise e o reconhecimento mediante a certidão de autodefinição.
Em Bacuri, os históricos e todo o procedimento burocrático são realizados pela Coordenação de Promoção da Igualdade Racial, vinculada à Secretaria Municipal de Assistência Social. Bacuri tem 14 áreas quilombolas, sendo oito reconhecidas. Desse total, cinco foram viabilizadas durante a gestão de Klíssia Ferreira, no período de junho de 2017 ao início de 2020: Bate Pé, São Félix, Vila Nova, Jurupiranga e Ponta Seca. As outras três são: Bitíua, Barreira e Santa Rosa.
A historiadora Klíssia Jéssica Fonseca Ferreira, coordenadora de Promoção da Igualdade Racial em Bacuri, explica que o histórico é uma etapa fundamental para reunir todos os registros e documentos necessários visando à obtenção do documento oficial – certidão de autodefinição – expedido pela Fundação Cultural Palmares, em Brasília. “É um trabalho superimportante através dos questionários que a gente faz nas comunidades e todo o mapeamento. É gratificante contribuir efetivando o levantamento de dados, a montagem do dossiê e encaminhar para a Fundação Palmares. Fico feliz de colher os resultados”, enfatizou Ferreira.
Além desses estão em andamento mais três levantamentos enviados por Klíssia Ferreira que estão em análise pela Fundação Cultural Palmares e podem obter o reconhecimento ainda em 2020.
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