Doc conta a história da primeira TV Comunitária do Brasil
Ainda vivíamos no país a Ditadura Civil-Militar e a cidade de Duque de Caxias seguia sendo Área de Segurança Nacional, quando em 1981, nascia a primeira TV Comunitária do Brasil: a TV Olho. A ideia pioneira no país era produzir conteúdo local com entrevistas com políticos, luta das associações de moradores, cobertura de festas, atividades culturais e encontros em destaque na cidade.
A programação da TV Olho era veiculada através de um telão com projetor e televisores montados em uma cabine de metal na Praça do Relógio, no centro da cidade de Duque de Caxias. Sua manutenção, advinha de patrocínios dos comércios que anunciavam seus produtos durante as duas exibições diárias.
A motivação para gravar o filme surgiu quando Rodrigo Dutra fazia pesquisas para uma tese de mestrado. Com tanto material em mãos a ideia de contar a história parecia inevitável.
“Estava fazendo uma pesquisa para o meu mestrado e durante esse processo pude conhecer vários membros da TV Olho. Tive acesso também aos materiais que estavam guardados há mais de 30 anos. São 79 fitas VHS, de duas horas cada, com quase toda a programação que eles veiculavam em praça pública. Acabei encontrando várias fotografias deles trabalhando, fotografias do povo assistindo a programação e reportagens de jornais que repercutiram a novidade na época. Quando comecei não imaginei que viraria um filme, mas com tudo que descobri tinha que contar”, disse o idealizador do projeto.
A TV Olho funcionou até 1984 e pertencia ao gênero TV Comunitária, Móvel Itinerante e de Rua. Antes de 1982, não existem registros de outras TV’s com essas características. Por isso a TV Olho é considerada a primeira TV Comunitária do Brasil.
O documentário já esteve como convidado na 9° Monstra de Audiovisual de Petrópolis 2018, na Seleção Oficial do VerCine 2019, melhor direção na 6° Indian Cine Film Festival e selecionado na New York City Films Infest (NYCIFIF-2018).
TV Olho foi um documentário produzido em parte com recursos adventos do edital de micro-projetos Favela Criativa da SEC/RJ e em parte pelo empenho moral e braçal da rede de produtores e realizadores audiovisuais da Baixada Fluminense hoje conhecido como: Manifesto Baixada Filma. A gravação aconteceu em “plano sequência”, a técnica de filmagem sem cortes, na qual a câmera não desliga.
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