Cartas para Lula no Acampamento trazem histórias pessoais, de gratidão e fé

Desde o primeiro dia do acampamento em frente à Polícia Federal, em Curitiba, cartas para o ex-presidente Lula são coletadas. Uma barraca improvisada no primeiro dia por militantes, hoje é local conhecido e um dos mais frequentados.

Por Ana Carolina Caldas, do Terra Sem Males

Desde o primeiro dia do acampamento em frente à Polícia Federal, em Curitiba, cartas para o ex-presidente Lula são coletadas. Uma barraca improvisada no primeiro dia por militantes, hoje é local conhecido e um dos mais frequentados.

Maria Helena Guarezzi, uma das responsáveis, relata que todos os dias são histórias que rendem lágrimas e também solidariedade. “Tem gente que chega aqui com a carta pronta, outros sentam por aqui e escrevem e muitos nos pedem ajuda para escrever. São pessoas que desejam de alguma forma se comunicar com Lula, que hoje é um preso político”.

Neste domingo, 15 de abril, mais voluntários se agregaram à atividade. Um mini documentário também começou a ser produzido a partir da Atividade “Escuta e Escrita de Cartas para Lula”. Crianças, idosos, famílias, profissionais de diversas áreas e diferentes origens fizeram fila para dar o seu depoimento gravado e por escrito.

A primeira a chegar, Dona Julia, uma senhora com o envelope à mão, tirou de dentro um santinho de Santo Expedito e uma foto sua.

“Faço muitas excursões e escolhi esta aqui que estou na frente de flores, pois quero uma imagem que traga felicidade à ele”. Continuou seu depoimento, já avisando que iria se emocionar, e contou que não gostava do PT nem de Lula quando era candidato. “Só após o seu governo, o quanto de coisa boa ele fez é que fiquei admiradora dele. Mas estou tão triste por esta injustiça”, terminou segurando as lágrimas.

Do Peru, Jose Antonio Galindo Chaparro, que mora desde 2002 no Brasil, sentou-se à mesa e pediu para ditar uma carta. Ele pedia para que Lula soubesse “o quanto é grato a ele e todas as suas políticas voltadas para o estrangeiro, o quanto é bem tratado e que está à disposição para luta por Lula e a soberania nacional”. A carta foi interrompida duas vezes pois a emoção tomou conta de quem relatava e de quem escrevia.

Vivendo há oito anos no Paraná, a paraibana Dona Maria do Carmo também pediu para ditar sua carta. Palavras e olhos marejados foram desenhando seu desejo de ser ouvida pelo Presidente Lula: “Senhor Lula, peço a Deus que o cuide. Estou triste porque o senhor está preso. Mas tenho certeza que sairá com saúde, se Deus Quiser. Os paraibanos estão tristes com o que está acontecendo”.

Outro depoimento ao documentário “Cartas para Lula”, captado neste domingo, foi do advogado Gilmar Quintilhiano, que contou sua trajetória pessoal como afrodescendente, vindo de família humilde, e que graças à Lula, concluiu duas faculdades: de Direito e Economia. Pediu que fosse escrito à Lula na carta que tem visitado a casa de jovens que também concluíram ou cursam suas faculdades com os Programas criados durante o seu governo. Gilmar terminou a carta avisando que muitos jovens se dispuseram a testemunhar a seu favor.

As cartas são recebidas na barraca da Organização do Acampamento, ao lado da Barraca da Comunicação. São recebidas e enviadas para o Diretório do PT de Curitiba que se encarrega do envio a Lula.


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