Atingidos pela mineração realizam encontro no coração da Amazônia
[Por Rogério Almeida/Blog Furo] No coração da Amazônia, numa das maiores províncias minerais do mundo, inicia no próximo dia 18, no município de Parauapebas, no sudeste do estado do Pará, o Encontro Nacional dos Atingidos pela Mineração (MAM). O Centro de Formação Pastoral São Sebastião sedia o evento, que encerra no dia 21.
O território mineral de Carajás sangra minérios há 30 anos, sendo o minério de ferro o de maior peso na balança de negócios da Vale, que controla minas em Parauapebas e em Canaã dos Carajás.
A mina S11D ou Serra Sul, com minério de melhor qualidade que o minério de ferro da Serra Norte, localizado no município de Parauapebas iniciou as operações no ano passado. Trata-se do maior empreendimento da mineradora. Os investimentos foram estimados 20 bilhões de dólares.
O extrativismo mineral é o item de maior peso na balança comercial o Pará, representa quase a totalidade do PIB do estado. Assim como Minas Gerais é punido pela desoneração promovida pela Lei Kandir, criada em 1997 pelo governo FHC.
O projeto tem provocado tensões entre indígenas, quilombolas e camponeses desde o local de extração até os municípios do estado do Maranhão, que é cortado pela Estrada de Ferro de Carajás (EFC), em fase de duplicação por conta da operação da S11D.
Os passivos promovidos pela mineração nos estados do Pará e no Maranhão é um dos assuntos que integram o volume de número 02 da coleção Arenas Amazônicas, a ser lançado ainda este mês.