Em meio a uma das maiores crises de saúde púbica da história, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e as Comissões Locais de Atingidos e Atingidas na Bacia do rio Doce cobram que a Fundação Renova, entidade criada pela Samarco, Vale e BHP Billiton, distribua máscaras descartáveis e álcool gel para as famílias atingidas conseguirem se proteger da possibilidade de infecção pelo COVID-19, conforme orienta o Sistema Único de Saúde (SUS).

Atingidos e atingidas do rio Doce cobram as medidas protetivas também das instituições de Justiça e dos órgãos da Governança da bacia, já que muitas famílias passam dificuldade na região e não terão dinheiro sequer para uma alimentação de qualidade neste período de quarentena.

Além disto, reivindicam que a Fundação dialogue com as concessionárias de água dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo para dar todo suporte emergencial para a garantia de água tratada, sem interrupção. Ela deve garantir também caminhões pipa ou água mineral para onde for necessário, com prioridade para Cachoeira Escura, distrito de Belo Oriente.

Da mesma forma, a Renova e as mineradoras devem dar suporte emergencial ao SUS das cidades atingidas que irão ser sobrecarregadas pela demanda nos próximos 90 dias.

Todas estas cidades já enfrentam sérios problemas de saúde pública desde 2015 em decorrência dos rejeitos tóxicos jogados no rio Doce enquanto os atingidos acumulam dívidas ao perder suas fontes de renda e ao não receber de maneira justa o Auxílio Emergencial e as indenizações.

Solicitamos que as instituições de Justiça e os órgãos da Governança no rio Doce, como a Câmara Técnica de Saúde e o Comitê Interfederativo (CIF), atentem a situação e cobrem estas medidas urgentes. Devido a impossibilidade de reunir pessoalmente para discutir o tema, esta demanda será enviada para os contatos formais da Fundação Renova, da Força Tarefa Rio Doce no Ministério Público Federal (MPF) e para a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG).

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